google-site-verification: google1dd19db594c6c3b6.html Crônicas do Peró: POLÍTICA E POLITICAGENS # 1

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

POLÍTICA E POLITICAGENS # 1

    Assuntos nos dias de hoje, não nos faltam, ora para escrever uma cronica, ora para abrirmos uma discussão, estou falando de política. Sou adepto de uma bela discussão, sempre comento com minha família, é melhor uma boa discussão a mesa, do que o silencio do bater dos talheres sobre o prato. Também discordo daqueles que dizem que política, religião e futebol não se discute; para mim o importante na discussão é o discutir, o concordar ou o discordar; o passar uma ideia, uma opinião; o ensinar e o aprender. Discutir não é brigar, olha que sou dos mais radicais na defesa dos meus pontos de vista; mas isto eu agradeço, pois muitas vezes a discussão me leva a muda-los. Portanto discutamos.
    Comecei meus escritos com o título acima, usando # 1, pois quero discutir política, política de todas as formas, quero relembrar historicamente muitos fatos, muita ideologia, muita safadeza, não quero estudar o assunto no momento, quero apenas discutir, cometer erros de plano e de espaço, contar verdades e mentiras, lembrar fatos verídicos e folclóricos. Afinal são mais de meio século de vida, ouvindo e participando de boas e lendárias discussões.
    Quando se nasce em cidade pequena, dizem que no sangue das veias, já correm os micróbios da dita cuja, o verme da insensatez, na política local vou me ater dos anos 60 para cá, pois são os anos que vivi e vivenciei, uma cidade dividida, sem se importar o nome do partido, dividida em dois "lados", os Jaimistas e os Camarguistas, isto perdura em menor grau até os dias de hoje; acho que ninguém evolui politicamente nas eleições municipais, nesta minha terra de Santo Antonio padroeiro.
    Camarguistas eram aqueles senhores donos de terras tradicionais, grandes fazendeiros produtores de café, que dominavam a politica desde o começo do século XX, ou até um pouco antes disto. Jaimistas, ou anteriormente Felipistas, eram os mineiros, vindos de Minas Gerais, que com a crise do café, compraram algumas boas fazendas, as transformando em fazendas de pecuária leiteira, isto a partir dos anos 30 ou 40 do século passado. Escrevi Jaimistas ou Felipistas, para vocês entenderem que Jaimista vem de Jaime Domingues da Silva, prefeito em vários mandatos, que no começo de sua carreira política era do lado dos Camargo.
    Vim ao mundo, ou melhor dizendo o que é a mesma coisa, nasci neste cenário, minha família paterna era Jaimista do lado dos Camargos, de tradições politicas pois meu avô foi presidente da Câmara Municipal; já a minha família materna era Felipista, conta meu pai que passou por momentos constrangedores ao namorar e depois noivar com minha mãe; isto logo se resolveu pois os Jaimistas uniram com os Felipistas, ficando todos do mesmo lado contra os Camarguistas. Meu pai e minha mãe vivem felizes a mais de 50 anos de casado, devido ao seu amor ou por talvez estarem do mesmo lado político; pois sei de muitos casamentos que a política interviu, pois com o perdão da palavra, política em Paraibuna-SP é foda.
    Tentando e dificilmente acreditando que vou conseguir, vou tentar hoje em breves palavras, explicar o que é esta política de dois lados; sempre fui de esquerda, sempre socialista, hoje defendendo o socialismo democrático; defendo o progresso como o meio e o fim de se acabar com a desigualdade social, isto é nacionalmente; pois em Paraibuna-SP não é assim, aqui não se busca o progresso, busca-se apenas o apadrinhamento, a prefeitura não passando de um gigantesco porta-cabides, empregando num município de poucos mais de 15 mil habitantes, mais de mil funcionários diretos ou não. Pensem em cada casa que há um trabalhador, quantos votos isto resultaria.
    Um lado ganha constantemente as eleições; o outro lado que quase sempre perde, quando vence, não trás mudanças nenhuma de ideias, apenas troca-se alguns nomes nos cargos de confiança e continua-se os mandos e desmandos, o paralisar de obras, o apaga-se e acende-se a Fonte Luminosa. Muda-se as flores dos jardins e a elevação ou não do Galo do coreto da praça da Matriz. Apenas por uma vez nestes meus mais de 50 anos de vida, vi um prefeito um pouco mais progressista; o qual jamais ganhou outra eleição, apesar de ser quase unânime falarem que foi um dos melhores prefeito desta terra.
    Concluo dizendo que depois de todos estes anos, cheguei a grande minha conclusão, não queremos nós povo amado de minha terra o progresso, contentamos com nossa condição de município próximo do progresso, dos dois lados; do lado de São José dos Campos e do lado de Caraguatatuba; e também politicamente do lado de lá e do de cá. Que Santo Antonio padroeiro nos abençoe.



                                                                     ÁMEM!

Um comentário:

  1. Cláudio,
    Muito bom. Estou ansioso pelos próximos posts. O debate é muito importante para Paraibuna crescer, e um ponto de vista afinado que nem o seu: fundamental.

    Abraço

    Rogério

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