google-site-verification: google1dd19db594c6c3b6.html Crônicas do Peró: novembro 2011

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

VOCÊ CONHECE ASIA BIBI?

    Asia Noreen mais conhecida como Asia Bibi, mulher paquistanesa, casada, mãe de cinco filhos, com a idade de mais ou menos 45 anos; foi condenada à morte na forca, em 8 de novembro de 2.010, pela justiça paquistanesa, por blasfêmia contra o profeta Maomé. Asia Bibi é cristã num país de grande maioria  muçulmana, e por diversas vezes negou se converter ao islamismo.
    A história dela é que em junho de 2.009, trabalhando no campo junto com outras mulheres, foi enviada a buscar água, as outras mulheres muçulmanas protestaram, pois por não ser muçulmana, tornaria o recipiente de água impuro. Exigiram que ela abandonasse sua fé cristã. Ela se negou; respondendo as companheiras de trabalho: ----" Cristo morreu na cruz pelos pecados da humanidade e o que o profeta Maomé fez por vocês?".Foi presa e condenada à forca; diante de protestos do mundo inteiro, ofereceram liberdade a ela em troca da conversão ao islamismo, o que ela se negou dizendo:---- " Tenho sido julgada por ser cristã. Creio em DEUS e em seu enorme amor. Se o juiz me condenou a morte por amar a DEUS, estarei orgulhosa de sacrificar minha vida por Ele."
    A intolerância religiosa contra os cristãos apresenta segundo a "World Christian Trends AD 30-AD 2200, de David B. Barret & Todd Johnson" os seguintes números: 45 milhões de cristãos mortos por causa da fé, no século XX e nos últimos dez anos; 1 cristão é assassinado a cada 5 minutos. Atualmente cristãos coptas, estão sendo assassinados e perseguidos no Egito.
    Muitos de vocês que estão lendo esta crônica, já devem ter o conhecimento do caso de Asia Bibi, sou cristão, católico apostólico romano, amo ao Deus de bondade e misericórdia acima de tudo, não escrevi esta crônica com ódio a nenhum credo, a nenhuma religião, pois prego a convivência pacifica e amorosa entre a humanidade, estou apenas cansado de ver desamor e ódio entre seres que dizem amar a Deus, respeito a todas as religiões, mas me orgulho de seguir aquele que disse que o primeiro mandamento: " É amar a DEUS sobre todas as coisas e aos irmãos como a si mesmo".
    Vamos pregar contra a intolerância religiosa, vamos respeitar e exigir respeito a todo e qualquer que seja o credo e a fé do ser humano, chega de fanatismos, basta de matar e torturar em nome de DEUS, pois estes que assim procedem, não o conhecem, nunca o sentiram próximo, nunca o amaram.
    Vou terminar mais uma vez com o amém, sempre termino as minhas crônicas assim, porque peço todas às vezes a inspiração do Divino Espírito Santo.



                                                                AMÉM!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

MINHA MELHOR OBRA - MEUS FILHOS

    Já realizei na vida muitas coisas boas, também já fiz muitas coisas, as quais arrependo; sou o que pode se chamar um cidadão normal, com seus erros e acertos. Sou cristão temente a DEUS, católico apostólico romano, tento honrar meus compromissos com a sociedade, me considero um bom filho, pois amo muito meus pais e meus irmãos; amo e sou um bom marido para minha esposa, acima de tudo um bom amigo para os meus próximos. Amo minha terra, critico para o bem os que a governam, pois acho que a deveriam  ama-la como eu. Pretendo e tento fazer o bem sempre, não sou uma pessoa fácil, sou ranzinza, não sou daqueles que vive abraçando, beijando e sorrindo para todos; mas também não falo mal, nem desgosto de ninguém.
    Tentei em breves palavras me mostrar um pouco, sou mais ou menos isto; não citei meus filhos acima porque agora quero falar exclusivamente deles, são três a Bárbara, a Clara e o Claudinho. Sem duvida nenhuma foi o que fiz e tenho de melhor, passei a eles um pouco do que sou, tentei mostrar o quão belo é o mundo e a humanidade; mundo este de meu DEUS; sem medo de errar digo-lhes, eles são muito melhores do que eu; se amam muito, jamais ficando com bobas inimizades; eles possuem ótimo carácter, jamais tentam dar aquele jeitinho brasileiro em alguma coisa, são humanos ao ponto de se emocionarem com as injustiças.
    Minha esposa é testemunha de muitas dificuldades que passamos, sempre digo a ela que não há receitas prontas de como se deve criar um filho, mas com eles nós mais acertamos do que erramos; pois em primeiro, em segundo, em terceiro lugar, passamos a eles AMOR; entre eu e ela, e entre nós transmitimos AMOR. Hoje eles já são adultos, nos criticam algumas coisas, mas nunca nos disseram que faltou AMOR.
    Sempre lemos muito em casa, somos devoradores de livros; vamos sempre a bibliotecas e nos presenteamos com livros; isto me trás a lembrança de que quando eles chegaram a idade escolar, uma das poucas exigências que a eles empunhamos, era de que todo mês lessem um livro; pois sempre acreditei que isto deveria primeiro ser um habito, para depois ser um prazer. Fiz o certo pois todos praticam o prazer da leitura, o prazer do conhecimento e o prazer da crítica. Para terminar, meu filho caçula mudou-se para Santa Catarina, de longe enviou-me esta poesia; o que me levou a escrever este texto, pois de tudo que já passamos e ainda vamos a passar; afirmo de boca cheia, eles são minha melhor obra.

           
Todo sertanejo quando chega a idade de varão
sai em busca de seu destino
e com a alma em completo desatino
deixa para trás o querido sertão.

Pega o ônibus Esperança
senta ao lado da solidão
em sua cabeça memórias e lembranças
de dias que jamais voltarão

lembranças como aquele rio
das lágrimas dos que se vão
no peito resta um vazio
era ali que batia seu coração.

Em sua mente surge a certeza
que diz: "Num tem nada não,
voltarei para reencontrar esta beleza.
Retornarei para colher meu coração."

Que um dia plantei nesse chão
e brotará frutos de felicidade
no solo do meu amado sertão,
onde agora jaz arraigada minha saudade.

(Cláudio César Gonçalves de Faria Filho)




segunda-feira, 21 de novembro de 2011

POLÍTICA E POLITICAGENS # 2


POLÍTICA E POLITICAGENS # 2

    Quando do dia primeiro de abril de 1.964, estava com 4 anos de idade, então não vivi intensamente como queria os anos ditos hoje como de chumbo; não sei dizer o porque, mas sempre desde a adolescência tinha uma enorme antipatia pela ditadura, pelas pessoas que a promoviam e a apoiavam. Sempre achei que deveria ter nascido dez anos antes, pois era meu sonho na época, participar de movimentos e revoluções, mas revoluções populares; queria protestar contra aqueles generais e políticos, que tanto nos atrasaram e nos oprimiram; mas estes assuntos vão ficar para outro dia, hoje vou comentar e discutir três lembranças, das muitas que tenho daqueles enfadonhos anos de ditadura militar.
    A primeira lembrança é sobre a TFP, aqueles integralistas patrocinados por uma parte da igreja católica elitizada, que eram tradicionalistas, conservadores e anticomunistas; que faziam um verdadeiro terror proposital , nas pequenas cidades quando a visitavam. Eram para mim criança na época, homens gigantescos de origem em sua maioria arianos, vestidos de ternos com opas e bandeiras, propositalmente vermelhas; nestes estandartes havia figuras intrísecas de Leões alados, dourados; tudo isto acompanhado de palavras gritadas por megafones em alto volume, lembro que marchavam e desfilavam como se fossem militares.
    Quando a notícia chegava, de que a TFP estava entrando na cidade, mamãe corria a nos juntar e nos colocavam dentro de casa, trancando todas as portas e janelas; só quando recuperavamos um pouco da nossa coragem é que ousavamos olhar por pequenas frestas das janelas; aquele bisonho e premeditado desfile. Era um terror, uma coisa surreal; hoje ao recordar, me pergunto o porque de tudo isto, uma coisa boa daquele tempo ficou para mim, a minha amada igreja católica mudou com aquilo, pessoas que queriam a ignorância do povo, tiveram que aceitar no mundo todo, que as missas fossem celebradas em seus idiomas e a Bíblia traduzida, lida e explicada para todos. Era o fim do latim.
    A segunda lembrança era da Convensão partidária, após um tempo que todas as eleições foram suprimidas, todos os partidos extintos, mandatos de prefeitos e vereadores prorrogados; veio-se a esmola, criaram o grande partidão, a ARENA, com o pitoresco nome de aliança renovadora nacional; pensem, se isto é nome de partido político, mas fundaram o dito cujo; também tiveram a idéia de que deveria existir um partido de oposição, para justificar os mandos e desmandos; os AI-1,2,3,4,5,etc. A este partido deram o nome de movimento democratico brasileiro, o MDB. Até nisto para mim eram desprovidos de inteligencia nossos ditadores, puseram para a oposição o nome de partido mais bonito.
    Voltando a Convensão, quem em sã consciência seria contra o partido da ditadura, principalmente em cidades pequenas,   diante este dilema tiveram a idéia de autorizar a criação de sub-partidos, de facções, de não sei dizer o quê, dentro dos partidos, nasceu assim em minha terra e em muitas outras; a ARENA-1,2,3,etc. Aqui tinha os dois partidos já comentados antes, em outra cronica, os de lá e os de cá; agora tinhamos o Arena-1 e o Arena-2. Para agradar os politicos, que adoram uma eleiçãozinha de vez em quando, para exercitar seus mandos e desmandos, criaram a Convensão, o sub-partido vencedor, teria o direito de seu candidato vir em primeiro lugar na cedula eleitoral, poderia ter mais candidatos a vereador e outras pequenas vantagens. Aqui era mais uma guerra, mais um festival de besteiras, mais uma chance para armações de pequenas falcatruas. Acima de tudo era uma festa, a armação do circo para os muitos palhaços se apresentarem.
    Por fim, vamos a terceira lembrança; o " O ouro para o bem do Brasil ". Explicar para os jovens de hoje, com suas internets, com seus ipods, que um dia, a não muitos anos atrás, nossos ditadores tiveram a grande ideia de fazer uma campanha e pedir para o povo, seu ouro, suas pequenas correntes de por no pescoço, seus anéis, suas alianças de casamento,etc; em troca de um muito obrigado, você esta sendo patriota esta colaborando com o futuro da nação, vamos fazer um milagre econômico para você e como uma pequena recordação você ainda leva esta aliança de lata, feia, escrita não o nome de seu conjuge, mas sim: Ouro para o bem do progresso. Filhos eles fizeram isto; foi uma verdadeira festa, usaram o nosso querido cinema como lugar da arrecadação, a cidade parou, havia fila enorme, como as filas dos filmes do Mazzaropi, as pessoas entregando suas alianças e outras joias para os homens de verde oliva; com o maior orgulho. Ainda falam que nós não somos patriotas, pelo nosso amado país deixamos a ser enganados e ficamos felizes.
    Para terminar vou lhes confidenciar um segredinho, o ouro sumiu, nunca deram notícias dele, as feias alianças também, nunca mais vi uma delas, hoje poucos dizem que a trocaram, mas lembro-me bem, a fila era de filme do Mazzaropi. Muitos crimes foram cometidos pela ditadura, este foi apenas um dos pequenos.


                   

                                 ÁMEM!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

POLÍTICA E POLITICAGENS # 1

    Assuntos nos dias de hoje, não nos faltam, ora para escrever uma cronica, ora para abrirmos uma discussão, estou falando de política. Sou adepto de uma bela discussão, sempre comento com minha família, é melhor uma boa discussão a mesa, do que o silencio do bater dos talheres sobre o prato. Também discordo daqueles que dizem que política, religião e futebol não se discute; para mim o importante na discussão é o discutir, o concordar ou o discordar; o passar uma ideia, uma opinião; o ensinar e o aprender. Discutir não é brigar, olha que sou dos mais radicais na defesa dos meus pontos de vista; mas isto eu agradeço, pois muitas vezes a discussão me leva a muda-los. Portanto discutamos.
    Comecei meus escritos com o título acima, usando # 1, pois quero discutir política, política de todas as formas, quero relembrar historicamente muitos fatos, muita ideologia, muita safadeza, não quero estudar o assunto no momento, quero apenas discutir, cometer erros de plano e de espaço, contar verdades e mentiras, lembrar fatos verídicos e folclóricos. Afinal são mais de meio século de vida, ouvindo e participando de boas e lendárias discussões.
    Quando se nasce em cidade pequena, dizem que no sangue das veias, já correm os micróbios da dita cuja, o verme da insensatez, na política local vou me ater dos anos 60 para cá, pois são os anos que vivi e vivenciei, uma cidade dividida, sem se importar o nome do partido, dividida em dois "lados", os Jaimistas e os Camarguistas, isto perdura em menor grau até os dias de hoje; acho que ninguém evolui politicamente nas eleições municipais, nesta minha terra de Santo Antonio padroeiro.
    Camarguistas eram aqueles senhores donos de terras tradicionais, grandes fazendeiros produtores de café, que dominavam a politica desde o começo do século XX, ou até um pouco antes disto. Jaimistas, ou anteriormente Felipistas, eram os mineiros, vindos de Minas Gerais, que com a crise do café, compraram algumas boas fazendas, as transformando em fazendas de pecuária leiteira, isto a partir dos anos 30 ou 40 do século passado. Escrevi Jaimistas ou Felipistas, para vocês entenderem que Jaimista vem de Jaime Domingues da Silva, prefeito em vários mandatos, que no começo de sua carreira política era do lado dos Camargo.
    Vim ao mundo, ou melhor dizendo o que é a mesma coisa, nasci neste cenário, minha família paterna era Jaimista do lado dos Camargos, de tradições politicas pois meu avô foi presidente da Câmara Municipal; já a minha família materna era Felipista, conta meu pai que passou por momentos constrangedores ao namorar e depois noivar com minha mãe; isto logo se resolveu pois os Jaimistas uniram com os Felipistas, ficando todos do mesmo lado contra os Camarguistas. Meu pai e minha mãe vivem felizes a mais de 50 anos de casado, devido ao seu amor ou por talvez estarem do mesmo lado político; pois sei de muitos casamentos que a política interviu, pois com o perdão da palavra, política em Paraibuna-SP é foda.
    Tentando e dificilmente acreditando que vou conseguir, vou tentar hoje em breves palavras, explicar o que é esta política de dois lados; sempre fui de esquerda, sempre socialista, hoje defendendo o socialismo democrático; defendo o progresso como o meio e o fim de se acabar com a desigualdade social, isto é nacionalmente; pois em Paraibuna-SP não é assim, aqui não se busca o progresso, busca-se apenas o apadrinhamento, a prefeitura não passando de um gigantesco porta-cabides, empregando num município de poucos mais de 15 mil habitantes, mais de mil funcionários diretos ou não. Pensem em cada casa que há um trabalhador, quantos votos isto resultaria.
    Um lado ganha constantemente as eleições; o outro lado que quase sempre perde, quando vence, não trás mudanças nenhuma de ideias, apenas troca-se alguns nomes nos cargos de confiança e continua-se os mandos e desmandos, o paralisar de obras, o apaga-se e acende-se a Fonte Luminosa. Muda-se as flores dos jardins e a elevação ou não do Galo do coreto da praça da Matriz. Apenas por uma vez nestes meus mais de 50 anos de vida, vi um prefeito um pouco mais progressista; o qual jamais ganhou outra eleição, apesar de ser quase unânime falarem que foi um dos melhores prefeito desta terra.
    Concluo dizendo que depois de todos estes anos, cheguei a grande minha conclusão, não queremos nós povo amado de minha terra o progresso, contentamos com nossa condição de município próximo do progresso, dos dois lados; do lado de São José dos Campos e do lado de Caraguatatuba; e também politicamente do lado de lá e do de cá. Que Santo Antonio padroeiro nos abençoe.



                                                                     ÁMEM!