Um dia deste estava em casa à tarde, quando recebi um telefonema do meu amigo Jocelif, aquele mesmo que já escrevi sobre ele uma crônica, algum tempo atrás; agora ele me ligou pedindo, se podia ir com ele a São Paulo no dia seguinte, pois não estava podendo dirigir, porque uma grave bursite o estava impedindo. Disse para ele que iria com o maior prazer.
Ouvíamos boa musica pois ambos tinhamos o mesmo gosto, a estrada estava aquele dia sem muito tráfego, por isso conversávamos à vontade, foi quando ele me perguntou: ---- Cláudio meu amigo, você é uma pessoa feliz? Pois não tens muito, se arrepende de alguma coisa?
Meditei por breve momentos, pois tinha que dar uma resposta e não poderia demorar muito, pois poderia parecer, coisa muito pensada; e lhes confesso que nunca fiquei meditando muito sobre este assunto, porque sempre achei que o que esta feito, esta feito; procuro meditar mais sobre o que tenho ainda à fazer. Respondi a ele que sempre fui feliz, sempre busquei a minha felicidade e a minha felicidade era fazer às pessoas que amo felizes. Sempre disse a minha esposa e aos meus filhos que o mais importante na vida, éramos ser felizes, buscar a qualquer custo a felicidade.
Aquela resposta e o momento me inspiraram para continuar falando, disse a ele que nunca almejei ter uma casa maior do que aqueles que me rodeiam; nunca almejei ter o carro mais bonito, mais possante, para mostrar aos outros; as coisas que tive e tenho me bastam e o que eu ainda quero ter, não são muito mais do que já tenho. Diante de uma certa perplexidade do amigo Jocelif, continuei a explanação empolgado, pois achei que muitas coisas que sempre quis lhe dizer, iria agora aproveitar o momento.
Falei a ele que esta visão de vida e de mundo, passei num todo ou em partes aos "meus", e que agora nossa visão, era diferente da grande maioria e daí vinha a nossa grande felicidade, não por sermos diferente, mas por pensarmos assim, quase que desprovidos de ganância, da sensação de termos mais que os outros. Continuei a falar que uma das coisas que vou mais me orgulhar sempre na minha vida, foi ou é, o fato de meus filhos serem seres humanos melhores do que nós fomos, eu e minha esposa. Notei um pouco de espanto nos olhos de Jocelif, pois uma das coisas que ele se orgulha, é de estar casado pela quarta vez.
De bate pronto ele me disse: Você acha que eu sempre não busquei a felicidade com uma única mulher? Poderia até achar; respondi a ele, mas não era o que ele demonstrava, contando papo sobre as mulheres, sobre suas infidelidades, era o vangloriar dele; para mim, o ser inteligente e fiel era o meu vangloriar.
Terminando, o "ser inteligente e fiel" foi uma alusão a uma pesquisa britânica que diz que as pessoas mais inteligentes traem menos. Quando voltamos a minha terra ao final do dia, Jocelif me perguntou: ---- Quanto é o seu dia de trabalho?
---- Amigo, você não me entendeu, a boa musica e a boa conversa que desfrutamos; parodiando aquela propaganda da televisão, o que faço por prazer não tem preço, não há dinheiro no mundo que pague. De nada e até qualquer dia.
ÁMEM!
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