google-site-verification: google1dd19db594c6c3b6.html Crônicas do Peró: O DIA EM QUE EU NÃO CONSEGUI REZAR

terça-feira, 12 de abril de 2011

O DIA EM QUE EU NÃO CONSEGUI REZAR

    Tenho por fé, desde há muito tempo, rezar todas as noites antes de dormir, rezo o Credo, o Pai Nosso, Aves Marias e outras orações; mas o que mais faço é louvar e pedir a DEUS, conversar com ELE, na  minha fé sou ouvido e tento ser bem agradecido, rezo pelas almas, pelas almas do purgatório, dos meus entes queridos; rezo pelo mundo, para que seja um mundo melhor, um mundo digno de ser chamado de " Mundo de meu DEUS "; rezo por meu país e seu povo, seus governantes, para que seja o paraíso de meu DEUS aqui na Terra.
    Na minha fé, DEUS é piedoso, é só misericórdia, pois deu a vida de seu único filho, para a remissão dos nossos pecados, jamais haverá ato de tamanha grandeza, que nós simples mortais, poderemos compreender em nossa existência, pois pós isso, conseguimos com nossa fé vencermos a morte.
    Na quinta-feira (7/4), estava de saída de viajem, quando deparei com o governador e o prefeito do Rio de Janeiro, falando sobre o massacre de Realengo, não sei, vou tentar descrever meus sentimentos naquele momento, pois sempre me choca, quando este tipo de monstruosidade acontece em algum país, mas jamais pensei que isto poderia acontecer no Brasil, porque nos acho um povo diferente, com nossa miscigenação, com nossa maior religiosidade, com nossa cultura de caridade, com nosso desapego aos bens materiais, aqui um parentese, temos muita ambição, mas muito menos que americanos e europeus, pois jamais pensamos em fazer colonialismo com nenhum outro povo; afinal somos um povo muito mais alegre, um povo que ama a paz. Repito, por isso tudo jamais imaginei que algum brasileiro seria capaz de tamanha monstruosidade.
    Enquanto viajavamos, minha esposa procurava ouvir ou ver, notícias sobre o ocorrido, eu me fechava não querendo ver, nem ouvir notícias sobre o ocorrido, aquele episódio me entristeceu como a todos, vi muita gente com os olhos marejados, só ouvia em todos os lugares publicos falarem sobre o ocorrido. De todo o coração lhes escrevo, não quis conversar naquele dia sobre o massacre, não dava, algo me compremia o peito, era muita tristeza, perdia naquele momento, a fé que tinha e ainda procuro ter nos homens.
    A noite, no quarto de um hotel, com minha esposa dormindo, comecei a rezar, como faço em todas as noites, rezei,  louvei a DEUS, quando chegou a hora de pedir pelas almas, pedi pelas almas destas doze crianças, que saíram de casa na maior inocência, para um dia como outro qualquer, terem suas preciosas vidas ceifadas, por não sei o quê; rezei pela família dessas crianças, pois elas ficaram com o pior de todos os sentimentos nestes casos, a saudade que dói, que esmaga o coração e que não tem remédio; rezei pela família desta coisa, deste monstro, pois não sabia quem era, não o queria saber, e fui pedir ao Misericordioso pela alma deste ser, chorei, não consegui, não tive forças de fé, para pedir misericórdia ao Misericordioso por este monstro sem alma.
    Foi a primeira vez na vida, que não consegui rezar por alguém, hoje cinco dias depois do ocorrido, como todos nós, seres deste mundo de DEUS, continuo triste, a dor no peito quando penso no assunto só aliviou um pouco, ainda não consigo ouvir ou ver na televisão notícias sobre o ocorrido, pessoas que vão em programas sensacionalistas ou não, tentar explicar o porque que aconteceu. Ouvi de uma pessoa no dia: " Sua avó não dizia antigamente, que nesta época de quaresma, o coisa-ruim esta solto? ".




                                                                                         AMÉM!



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