google-site-verification: google1dd19db594c6c3b6.html Crônicas do Peró: MEU AMIGO JOCELIF

terça-feira, 5 de abril de 2011

MEU AMIGO JOCELIF

    Amanheci hoje com vontade de escrever, e a primeira coisa que me ocorreu, foi contar sobre a minha grande amizade com o Jocelif, antes vou dizendo que por ser uma pessoa tímida, orgulhosa e como minha esposa diz sempre, um pouco ranheta, não possuo muitos amigos, não sou o que hoje chamam  "popular". Pois então me sobrou, em todos esses anos muitos parentes, alguns colegas e o meu único amigo sincero o Jocelif.
    Uma amizade sincera construída desde a nossa infância, pois nos conhecemos no primeiro ano de escola, no Grupo Escolar Dr. Cerqueira César, aqui em Paraibuna, quando ainda as salas de aula eram separadas em masculino e feminino, tínhamos não professores, mas verdadeiros educadores, aos quais prestávamos respeito e obediência. Nossa cidade nesta época, meados dos anos sessenta, com as construções das barragens Hidro-elétricas, foi invadida como dizíamos na época por forasteiros, pessoas que vinham de todas as regiões do Brasil, uma destas pessoas era o Jocelif e sua família.
    Como éramos bons alunos, daqueles estudiosos que só tirávamos boas notas, mas tímidos por natureza, logo fizemos amizade, apesar de termos coisas em comum em nossa perssonalidade, éramos diferentes em outros pontos, gostávamos muito de futebol, eu era grosso, não tinha habilidade nenhuma, ele um verdadeiro craque, não só tornando-se um jogador profissional pois preferiu os estudos. Tinha habilidade também em outros esportes, o que as vezes me deixava com sentimentos de inveja, quando certa vez lhe disse isso, ele me falou que se pudesse ensinaria  um pouco de habilidade em algum esporte, mas por outro lado sempre ganhava dele em jogos de botão, jogos de carta e nesses outros jogos de estratégia que existiam e ainda existem.
    Na época na minha casa havia uma dessas vitrolas antigas, onde você punha uma certa quantidade de discos, e um braço de metal automaticamente, colocava-os para tocar, estudávamos ou conversávamos, ouvindo musicas, na minha preferência MPB; musicas de protestos, tanto nacionais como internacionais; já na preferência dele musicas populares e sertanejas; um reclamando do gosto do outro e tentando persuadir, pois como seria bom só ouvir o que gostamos.
    Vivíamos moleques em pleno anos de ditadura, mas não éramos alienados, tínhamos mais uma vez opiniões opostas, eu defendia a luta armada, o fim daquela opressão, a volta ao nosso estado de direito, já ele sem muita ênfase, tentava argumentar a favor das melhorias que a revolução havia proporcionado, discutíamos, as vezes discussões que se tornavam ferrenhas, mas nunca passando de discussões, pois em todos estes anos de amizade nunca chegamos a agressões físicas, pois éramos totalmente contra a violência em qualquer grau que fosse.
    Hoje vivemos distantes geograficamente, mas sempre celebrando com muita estima e carinho nossos reencontros, pois como digo é uma amizade que tende a ser eterna, pois amigos tenho poucos, acho que sem ser parente é o único e sempre que precisamos um do outro, sabemos que temos com quem contar. Hoje escrevi uma ODE a uma grande amizade, sempre estarei lembrando e escrevendo sobre ela.



                                                                           AMÉM!

  
  

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