Há pessoas que tentam entrar ou fazer história, outros simplesmente vivem e deixam muitas vezes um legado para a história; principalmente em nossas pequenas cidades, a cultura e o fato de conhecermos a todos, nos impele a sermos bons e exigentes contadores de história. Não vou expor seu nome, porque mesmo sem pedir licença, sei que ele prefere e gostaria de estar no anonimato. Vou simplesmente chama-lo de bom samaritano, pois como na parábula, na medida do possível permanecerá incógnito.
Minha pequena terra tem, como todas as pequenas terras, uma grande igreja da Matriz, localizada diante de uma bela praça, onde frondosas árvores e confortáveis às vezes bancos, compõe com as flores, uma bela visão de praça, que chamamos de jardim. De uns tempos para cá, nossa praça foi invadida por um punhado de bêbados e desocupados, que passam o dia inteiro a conversar, xingar uns aos outros e até chegam a brigar, e ia me esquecendo, fazem suas refeições e onde tomam seus culotinhos de cachaça, são pessoas sujas, pois não tem onde fazer as necessidades higiênicas; ébrias; que para grande maioria dos transeuntes são inconvenientes.
Dilema formado, muitos ficam esperando que as autoridades, consigam solucionar o problema; hoje se fala muito no respeito que o cidadão tem no direito de ir e vir, nisto vão elas as autoridades, empurrando o problema com suas vastas barrigas; pois ia me esquecendo, com os bêbados da terra, junta-se alguns andarilhos e com isso aumenta-se o contingente. Vamos tentar temporizar o problema, isto ocorre já há alguns anos, cinco, seis ou mais.
Quando que o nosso bom samaritano entra nesta história? Há alguns anos, ele como todos nós presenciamos o problema, como diz ele mesmo, estas pessoas são seres humanos, que tem fome e sede como qualquer um de nós, somos ou dizemos ser, pessoas de bem, cristãos, como ele ou eu, pessoas que aos domingos batem no peito e se orgulham de frequentar a missa; pessoas que oram e pedem ao nosso Senhor e bom DEUS, bençãos e proteção diariamente. Nós que não conseguimos ver nestes maltrapilhos; os pequeninos, os injustiçados, nós que esperamos que as ditas autoridades resolvam o problema com uma unica solução, expulsar de nossas vistas estes indigentes.
Voltando a ele o bom samaritano, que todos os domingos capricha um ótimo almoço e distribui a todos eles, um almoço de primeira, que nas poucas vezes que me prontifiquei ajudar a distribuir, fiquei com água na boca, tal o esmero no preparo e junto com o sorriso nos lábios, as brincadeiras e gozações, espalha amor cristão e sem pedir nada em troca, somente a satisfação de servir, ganha o dia e a alegria para enfrentar mais uma semana de trabalho e afazeres.
Do outro lado na nossa história esta os racionais, aqueles que como eu já fui, críticos velados, pessoas que entendem, que o ato de provermos os beudinhos, estamos ajudando a eles e outros com o exemplo de serem vagabundos, de continuarem desocupados, pois como o bom samaritano, outros os ajudam diariamente. Somos críticos da caridade, incapazes de fazermos o bem, pois achamos que com as esmolas as instituições e pagando em poucos casos o dízimo, já esta feito a nossa parte. Não quero engrandecer, nem diminuir ninguém, pois como racionais sempre nos lembramos do livre-arbítrio, que DEUS nos deu. Me pergunto simplesmente se não fazemos o bem, porque esta mania, mania rançosa de criticarmos quem o faz.
A parábola do bom samaritano é a passagem bíblica ideal, para nós pseudos racionais; cheios de certos e errados para os outros; meditarmos, vermos com outros olhos os beudinhos da praça, cobremos das autoridades posições, atos; mas tenhamos nos nossos corações uma certeza, se nada podemos ou queremos fazer, não vamos criticar aqueles que de bom coração o fazem. Pois podemos ter um lema: Se não quisermos fazer o bem sem olhar a quem, pelo menos não falemos mal daqueles que fazem.
AMÉM!
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