Todo ano em que há eleição municipal, é para mim, um ano atípico; a eleição municipal me causa ojeriza, meche com minhas fobias, é um ano tenso, difícil, ao qual torço para acabar logo. Sou e sempre fui democrático, então o porquê desta fobia a estas eleições? Já lhes disse em outras crônicas que considero Paraibuna sui generis, bem atípica, com seus dois lados partidários e sua cultura de achegos e revanchismos. Neste ano tudo se aflora, os ares ficam impregnados de sussurros, conspiram e tramam nas caladas das noites, aumenta-se as animosidades; e o pior, nos cobram fidelizações e as vezes até participações.
Alguns dizem que isto é em toda parte, em todos os lugares, mas eu vivo é aqui e é aqui que vejo tudo isto acontecer, vejo conluios sendo armados por pessoas, que diziam se odiar nas eleições anteriores, vejo amigos e parentes evitando se encontrar, para não terem que se definir; opiniões têm que serem pensadas várias vezes antes de serem emitidas, pois aumenta-se o risco de mal-entendidos que você dificilmente consertaria. A dualidade fomenta e aumenta estes resquícios de falta de socialização de nossa gente.
Aflora dentro deste povo, uma radicalização que nesta terra privilegiada de DEUS, não vemos em outros anos, que não sejam os de eleições, vivi os meus mais de 50 anos, dentro deste furacão, com amigos e parentes muito próximos se candidatando e participando de tudo isto, nunca pude exercer o meu direito de voto, em paz, diferente das outras eleições, as estaduais e as federais, onde sempre procurei sufragar meus votos com consciência e de acordo com minhas convicções políticas. Já não basta você perder a convicção política partidária, mas você perde também o direito do voto ser secreto, pois pior do que aquele que vota contra, é aquele que não define em quem vai votar.
A indecência que esta se anunciando em forma de conchavos, entre aqueles que se agrediam e se odiavam, e hoje dizem que se amam; também me trás fobias, pois acho que você mudar de opinião é louvável, mas se abraçar com aqueles que lhe chamavam de ladrão e muitos outros nomes feios, palavrões impublicáveis, é no mínimo suspeito. Vejam bem; duas pessoas se acusam de ladrão, nenhuma tem muita prova, mas dizem que a possuem, muitas ofensas decorrem disto; um dia se abraçam e dizem que são amigas, o que esperam que nós venhamos a pensar; ambos estavam erradas ou ambos estavam certas; daí justificariam a aliança. Sei lá!
Esta indecência não é privilégio de nenhum grupo político, mas dos dois. Por tudo isto e mais aquilo que esta por vir, espero que passe logo este ano, e de coração peço a DEUS, que o melhor ganhe, para o bem desta Terra. Terminando, peço desculpa a meu Senhor e meu DEUS, por em minhas orações estar Lhe colocando em coisas tão sujas e vis, como são as eleições municipais na minha amada Paraibuna.
AMÉM!
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