Oh! Querida, Terra minha, Terra abençoada pelo meu Senhor; pelo nosso Senhor.
Vistes minha concepção, meu nascer.
Com suas águas do velho Lourenço, suas vargens repletas de vida.
A rodovia antiga te cortando ao meio, separando sua vila.
As pastagens verdejantes, seu gado alimentado sem parar.
Seu horizonte longíquo, seu perfume de campo em flor.
Oh! Querida, Terra minha, Terra dos meus sonhos e das minhas lembranças.
Mal vistes meu crescer, a Represa te sufocou.
As águas não são as mesmas, O velho Lourenço se expirou.
As estradas são modernas, novas e tristes, sem sinuosidade.
Não há mais seus pastos verdes, outros são seus animais.
Seus horizontes, são profundos, seu odor não reconheço mais.
Oh! Querida, Terra minha, Terra de quase toda minha gente, gente boa e de fé.
Terra dos Antonios e de Luisas.
De Marias, Beneditas e Josés.
De Joãos, Terezas e Pedros.
Das Lourdes, Helenas e de Paulos.
Terra amada e querida de minha gente, gente bonita dos Perós.
Oh! Querida, Terra minha, que meu Senhor; nosso Senhor.
A abençoe, ela e toda a sua história, que ainda guardamos depois de tantos anos.
E estas suas lindas canções, não se percam na memória e lembrança.
Pois a criança cresceu, tornou-se adulta, hoje vivendo no outono da existência.
E nesse eclipsar, que rogo demore muito, quer lembrar aos que restam, aos que a não viram.
O quão bela era. Oh! Querida Terra minha, Terra da minha gente.
Oh! Querida, Terra minha, de meu Senhor; nosso Senhor.
Agradeço, de todo meu coração, de minha alma e de minhas lembranças.
Do que me resta só em sonhos, às vezes nos meus pesadelos.
A saudade de ti, Terra minha, a saudade dos que já foram.
A saudade da minha gente arrancada do seu lugar.
Espalhadas por outras paragens, que a Represa nos deixou.
Outras margens que nos foram mostradas, mas dos altos morros,
ainda contemplo, o que eles não conseguiram levar.
ÁMEM!
PS: Agradeço aos Tios Paulo e Tida, depois de longos anos me propiciarem, as lembranças da saudade.